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Webinar: Sindy transmitiu rico debate sobre a situação da pandemia no mundo 

Webinar | 25 de fevereiro de 2021

Autor: Erika Braz

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A pandemia do coronavírus e as mudanças provocadas no mundo foram debatidas ao vivo, em webinar produzido pelo Sinditamaraty, nesta quinta-feira (25). O presidente do Sindicato, João Marcelo Melo, foi o mediador do evento virtual, que reuniu servidores de diversas partes do mundo, além de dois médicos, um infectologista e outra responsável pelo atendimento no Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Em sua introdução, João Marcelo destacou que o vírus já faz parte de nossa vida há mais de um ano “e todos nós estamos sofrendo de forma diferente”. 

De Nova York, Vidya Moreira contou a experiência de ser transferida para o posto americano, no momento em que a cidade se tornou o epicentro da doença. “Nada é mais impactante do que chegar em Nova York e ver a cidade vazia. E tem um problema de saúde pública aqui, pelo fato de eles não terem o SUS. A sensação que dava é que você estava num filme”, recordou. A oficial de chancelaria contou que a procura por ajuda do consulado também foi preocupante. “As pessoas começaram a perder emprego. Crianças nascendo e os brasileiros começaram a querer embora [para o Brasil]”.

O diplomata Rômulo Neves, explanou com detalhes a situação do Paquistão, desde o início da pandemia. “No início de fevereiro, as pessoas ainda não sabiam da proporção que aquilo ia tomar, achando que seria como a gripe aviária, que ficou concentrada na Ásia. Instituímos [na embaixada] o rodízio dos funcionários para evitar o encontro das pessoas. Limitamos o atendimento para cinco por dia, apenas para serviços urgentes. Não há no Paquistão comunidade brasileira grande, mas naquele momento havia uns 20 brasileiros presos no país. Só em julho conseguimos embarca-los para seus destinos, a maioria para o Brasil”, contou.

O Paquistão tem uma população quase equivalente à do Brasil, mas a situação dos dois países em relação a pandemia é bem distinta. “Mesmo com um sistema de saúde precário, o Paquistão conseguiu combater melhor a pandemia do que o do Brasil. Têm, hoje, 24 mil casos no país, o mesmo que o Rio Grande do Sul. O Paquistão autorizou a venda livre nas farmácias da vacina contra a Covid-19. Foi o primeiro país do mundo a liberar”, comparou Rômulo.

Em Londres desde o primeiro alerta sobre o vírus, a oficial de chancelaria Helen Almeida lembrou que a situação do Reino Unido foi caótica, mesmo com toda a estrutura de primeiro mundo. “O Governo decretou lockdown algumas vezes, impôs restrições. Hoje, o país é recordista de mortes a cada 100 mil habitantes no mundo. Agora, a situação está melhorando. O governo britânico espera que em julho todas as restrições acabem, se a vacinação continuar num bom ritmo e se as variantes do coronavírus não atrapalharem. Estamos caminhando para sair da pandemia”, diz empolgada. Helen também abordou um assunto importantíssimo que a pandemia provocou: o trabalho em casa com filhos pequenos, e ainda longe de familiares. 

Ações de combate ao vírus
Representando o Serviço de Assistência Médica e Social (SAMS), a Dra. Sônia Azen enumerou as ações do setor, que atendeu e ainda atende os servidores e terceirizados sediados na SERE, em Brasília. Ela destacou as medidas tomadas de acordo com a Portaria 166/2020, onde o Governo Federal abordou de forma ampla questões relacionadas à prevenção e ao combate à pandemia. “Todos nós fomos tomados de surpresa por um inimigo maligno. Começou a contaminação dentro dos escritórios e todos que adoeciam tinham o medo como elemento em comum. Eu, sozinha, fiz cerca de 5 mil atendimentos registrados no SAMS”, recordou. A médica atendeu ligações e disponibilizou seu número pessoal para os servidores e até mesmo seus familiares.  

Sônia Azen reforça: “o que precisa ficar de cuidados e atitudes para sempre: respeito pela doença e a prevenção. Este problema não vai desaparecer das nossas vidas. Ainda teremos que nos vacinar anualmente, como o caso da H1N1. Lavar as mãos, usar álcool em gel, evitar aglomerações e usar máscara de proteção facial”.

Recomendações e avaliações de especialista
Entre os convidados, esteva o Dr. Fernando Chagas, infectologista que fez a rica explicação sobre as variantes do coronavírus. “As mutações são erros nas cópias do vírus que estão sendo reproduzidos à medida que ele circula em milhões e milhões de pessoas. São novas cepas, algumas bem preocupantes e outras nem tanto. A cepa de Manaus, a de Londres e da África do Sul são piores”.

O infectologista também explicou sobre como a doença atinge as pessoas.  “No início da pandemia, imaginávamos que se tratava de um vírus respiratório mais simples. Com o decorrer do tempo, começamos a perceber que a doença causada trombos, coagulações e também muita inflamação. Covid-19 é uma doença inflamatória. Têm pessoas enfartando com Covid, com complicações renais. 

Um alerta foi dado pelo Dr. Fernando: “as pessoas estão deixando de lado os cuidados do início. Estamos vendo o número de óbitos subir. Pessoas mais jovens sofrendo. Não detectamos casos de resistência das variantes às vacinas usadas no mundo. O medo é que, quanto mais pessoas infectadas, mas variantes podem surgir”. Segundo o médico, a projeção é de que vamos enfrentar uma situação muito dura no Brasil inteiro. O impacto positivo da vacina só acontecerá quando vacinarmos 70% da população. “A gente precisa quebrar a transmissibilidade agora antes de desenvolver uma cepa resistente à vacina”, destacou. 

Durante o encerramento do webinar, o presidente do Sindicato afirmou que o Sindy está preocupado com os servidores que ficam dependentes do entendimento da chefia em relação à pandemia, mesmo com a Portaria 166/2020. “Tem chefia que entende cada situação. Ao mesmo tempo que têm chefias que negam que isso seja um problema. A gente tem que ficar batendo cabeça e a saúde perde”. 

O recado final foi: “Quando surgir a oportunidade, vacinem-se!”

 

Assista aqui ao webinar Pandemia – o mundo em mudança

 


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