Vacinados no exterior ainda não têm como emitir o comprovante no Brasil

Autor: Erika Braz

Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 em todo o mundo, as medidas de segurança sanitárias estão sendo abreviadas e as viagens nacionais e internacionais voltaram a crescer. Ocorre que, para que elas aconteçam, muitos países e até mesmo as companhias áreas e administrações de portos e aeroportos estão exigindo o comprovante de vacinação emitido pelo Ministério da Saúde para embarques e desembarques.
 
Para aqueles que tomaram as duas doses de qualquer uma das vacinas contra a Covid-19 aplicadas no Brasil, ou a dose única do imunizante, a emissão do documento é fácil. Pode ser feita por aplicativo ou pelo site do Conecte SUS – uma plataforma do Sistema Único de Saúde que reúne todas as informações sobre os serviços de saúde pelas quais o cidadão utilizou, incluindo, portanto, as vacinas tomadas.
 
O grande impasse é para aqueles que foram imunizados fora do Brasil. Essas pessoas enfrentam dificuldade em comprovar a vacinação, pois os documentos entregues a eles no exterior não são ligados ao sistema brasileiro. Assim, a emissão do certificado do Ministério da Saúde não é possível para esses casos.

Um exemplo: recentemente o Sinditamaraty recebeu o pedido de ajuda de uma servidora que havia se vacinado no exterior e que tinha voltado para o Brasil. Para acessar alguns locais públicos na cidade do Rio de Janeiro, ela precisava do Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 (o chamado passaporte da vacina), mas a servidora não conseguiu emitir o documento pelo Conecte SUS.
 
De acordo com o Ministério da Saúde, o governo ainda busca uma solução para este problema, uma vez que não há como emitir o comprovante brasileiro com base em vacinas aplicadas em outros países. Dessa forma, é importante que, aqueles que foram vacinados no exterior busquem apresentar os documentos que lhe foram entregues, sejam eles quais forem. 
 
Emissão no caso de vacinadas aplicadas no Brasil
Para ter acesso ao Certificado Nacional de Vacinação Covid-19, o cidadão vacinado no Brasil com ao menos duas doses de qualquer vacina contra a doença, u a dose única, deve acessar o endereço https://conectesus.saude.gov.br/home ou baixar o aplicativo “Conecte SUS” no celular. O login da plataforma é o mesmo do Gov.br (quem ainda não tem precisa realizar o cadastro).
 
Logado à página ou ao aplicativo, o cidadão deve ir ao menu “Carteira de Vacinação Digital” – basta procurar o ícone de uma vacina. Esta carteira traz o registro das doses aplicadas contra o coronavírus, com a data da primeira e da segunda dose, além da marca utilizada. Depois de conferidas as informações, deve-se clicar em “Certificado de vacinação” e o documento será emitido em formato PDF. Também há como emiti-lo em inglês e espanhol, caso o usuário precise dessas versões. 
 
Demora na emissão
Segundo o Ministério da Saúde, o registro da vacinação de cada cidadão é inserido nos sistemas de informação integrados à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), Sistema e-SUS Atenção Primária à Saúde ou outros sistemas próprios, definidos pelos estados e municípios. “Com esses dados enviados e processados para a RNDS/Ministério da Saúde, os dados são apresentados de forma automática no Conecte SUS. A partir desse momento, o cidadão poderá emitir o certificado no serviço vacina do aplicativo ou na versão web do Conecte SUS Cidadão”. 
 
Todo esse processo, mesmo sendo informatizado, leva um tempo para acontecer, por isso, o Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 não é emitido no mesmo dia da aplicação da segunda dose, por exemplo. Caso haja muita demora, o recomendado é que o cidadão entre em contato com o estabelecimento de saúde onde a vacina foi aplicada para verificar se os dados já foram inseridos no sistema e enviados ao Ministério da Saúde. 
 
O certificado de vacinação emitido pelo governo federal vale por um ano, a partir da data de emissão. Ele pode ou não ser aceito por outros países. Por isso, é importante o viajante estar atento às regras do país de destino a fim de evitar surpresas.