Servidores do Itamaraty deflagram greve na segunda (22)
Geral | 19 de agosto de 2016Autor: Sinditamaraty
Servidores do Itamaraty deflagram greve por tempo indeterminado, nesta segunda-feira (22). O movimento paredista encaminhado em Assembleia Geral, no último dia 16, e aprovado em votação online finalizada às 23h59min, desta quinta-feira (18), tem a adesão da categoria no Brasil e em postos do exterior. Eles reivindicam a equiparação salarial das carreiras do Serviço Exterior Brasileiro às demais carreiras típicas de Estado do Executivo.
Cerca de 1,3 mil servidores participaram da votação realizada pelo Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (SINDITAMARATY), deste 52,6% se posicionaram a favor do movimento e 47,1% contra, foram anulados quatro votos (dois por duplicidade e dois por não fazer parte do quadro).
Durante os dias que durarem a greve será mantido 30% dos serviços essenciais. As instruções para a participação na greve serão enviadas por e-mail aos servidores. Na SERE, haverá atos de mobilização diariamente durante a greve. O cronograma de atividades será previamente divulgado pelo comando de greve, indicando os locais e horários das ações previstas para os dias subsequentes.
A greve é motivada pelos fracassos nas negociações salariais com o Ministério do Planejamento Desenvolvimento e Gestão, iniciadas em março de 2015, que reiteradamente ofereceu a proposta de reajuste de 27,9%. A proposta foi votada e rechaçada pelos servidores em, pelo menos, três oportunidades. Para a categoria aceitar o mesmo percentual oferecido para as demais mantem o fosso salarial entre o SEB e o grupo das carreiras típicas de Estado. Segundo a presidente do SINDITAMARATY, Suellen Paz, o problema vem se arrastando desde 2008. “A cada ano que se passa sem fazer a convergência dos salários aumenta o percentual necessário para a equiparação”, explica.
Estudo empreendido pelo sindicato, que comparou a remuneração das carreiras do Serviço Exterior Brasileiro (SEB) e de outras carreiras típicas revelou uma defasagem média de 28,48% no caso de assistente de chancelaria; 31,88%, no caso de oficial de chancelaria e 7,11% no caso de diplomatas.
Segundo Suellen Paz, as carreiras de chancelaria, especialmente, recebem os menores subsídios da esplanada. “A valorização da instituição passa pela valorização dos servidores. A percepção dos servidores é que a falta de vontade política de se resolver o problema sugere a desvalorização da instituição como um todo”.
Desde a posse do ministro José Serra, o sindicato tem feito repetidos pedido de audiência, mas não obteve retorno. O impasse, criado pela falta de diálogo com os interlocutores do Itamaraty já rendeu uma paralisação em 23 de junho passado, comandada pelo Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (SINDITAMARATY).
Por Adriana de Araújo