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Sem a segunda dose da vacina, imunização contra a Covid fica incompleta

Saúde | 03 de agosto de 2021

Autor: Erika Braz

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No Brasil e no mundo a vacinação contra a Covid-19 segue avançando. Em alguns países de forma mais ágil, em outros com certa dificuldade. Fato é que, com várias opções de imunizantes no mercado, os governos mundiais têm se organizado para vacinar sua população. Mesmo assim, tem ocorrido um impasse: o não retorno de importante parte das pessoas para receberem a segunda dose da vacina, fazendo com que a imunização fique incompleta.

A maioria dos imunizantes usados no mundo requer a aplicação da segunda dose. Aqui, por exemplo, das quatro vacinas disponíveis apenas a Janssen é de dose única. Assim, quem recebeu a Coronavac, a Astrazeneca ou a Pfizer precisa da segunda dose para estar com a imunização contra o coronavírus completa. “Não faz sentido a pessoa tomar uma dose da vacina e não se apresentar para tomar a segunda dose. Quem assim o faz está com uma proteção insuficiente e inadequada”, alerta o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres.

Conforme o painel da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a Covid-19, com informações atualizadas em tempo real, pouco mais de 735 milhões de pessoas já estão totalmente imunizadas em todo o globo. Para isso, foram usadas 3,8 bilhões de doses de diferentes imunizantes. No Brasil, 92,6 milhões de pessoas receberam a primeira dose, mas somente 34,4 milhões estão completamente imunizadas com a segunda dose (ou com a dose única no caso da vacina Janssen).

Dose de reforço
Também conhecida como dose de reforço, a segunda dose é a que garante a imunidade do organismo contra o vírus a ser combatido. Quem tomou a primeira dose deve procurar um posto de vacinação na data agendada. Quem tiver deixado esta data passar, não há problema, uma vez que é possível tomar a dose de reforço. A recomendação da Anvisa é fazer isso o quanto antes. Além disso, quem sentiu efeitos colaterais na primeira dose não precisa temer. Isso é absolutamente normal e não pode ser encarado como motivo para não completar o esquema vacinal contra a doença.

A Anvisa fez um apelo aos brasileiros: “para se alcançar a imunidade coletiva, que pode frear a transmissão do vírus e fazer com que todos retomemos mais rapidamente a normalidade, é preciso que cerca de 70% da população complete o ciclo vacinal. O Brasil necessita alcançar esse patamar de imunidade coletiva para ver e viver o efeito esperado da vacinação. Para isso, cada um precisa fazer a sua parte”.

Em termos de vacinação, países como Reino Unido, Canadá, China, Estados Unidos e outras nações europeias estão no topo do ranking com o maior porcentual de população completamente vacinada. Quando se leva em comparação apenas a primeira dose, o Brasil também vai muito bem. No entanto, cai bastante em comparação com a imunização completa.

Por que precisamos de duas ou mais doses
Em uma nota publicada no site oficial, o governo federal destacou: “A pessoa que não completa o esquema vacinal fica mais vulnerável à infecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) do que aquela que recebeu as duas doses. Ou seja, além de se expor ao risco de ser contaminado e adoecer, esse indivíduo não ajuda a controlar a circulação do vírus. E tem mais: a vacinação incompleta pode criar um ambiente propício para o surgimento de versões ainda mais resistentes do coronavírus”.

O artigo da OMS “Como funcionam as vacinas” explica bem a necessidade de doses extras. “Algumas requerem várias doses, separadas por semanas ou meses. Isso, por vezes, é necessário para permitir a produção de anticorpos de longa vida e o desenvolvimento de células de memória. Dessa forma, o corpo fica treinado para combater o organismo causador da doença específica, reforçando a memória do agente patogénico, para o combater rapidamente, numa eventual exposição futura”.

Segurança das vacinas
Para chegar às pessoas, a vacina passa por um rigoroso processo de testagem – primeiro nas farmacêuticas e depois pelos governos que as compram. Assim, a eficácia delas, de acordo com as testagens, precisa de esquemas completos. No caso dos imunizantes contra a Covid-19, a maioria pede duas doses. Mas, há outras vacinas no calendário vacinal brasileiro que pedem até três doses ou dosagens anuais, como é o caso da vacina contra a gripe, feita para combater as variantes do vírus Influenza mais comuns em circulação ano após ano.

Fim da pandemia?
Engana-se quem pensa que a pandemia acabou, pois ela continua a fazer vítimas em todo o mundo. Segundo o levantamento da OMS de 19 de julho, a média de novos casos mundiais era de 540 mil. E, naquela semana, ainda morreram 69 mil pessoas no globo. 

A pandemia de Covid-19 já deixou mais 198 milhões pessoas doentes e, desse total 4,22 milhões morreram por complicações da doença até o dia 2 de agosto. Só no Brasil, foram 19,9 milhões de casos e 556 mil mortes, conferindo ao país a marca de segundo no mundo com mais vítimas fatais. Em primeiro lugar estão os Estados Unidos, com 608 milhões de óbitos. 

Acesse aqui o painel da OMS e confira a situação de cada país.