Publicação de faltas é tentativa de intimidar servidores

Autor: Sinditamaraty

Na noite da última sexta-feira, 02/09/16, após o fim do expediente, a Divisão de Pessoal publicou no Boletim de Serviço o registro de faltas de colegas em greve na Secretaria de Estado. Registre-se que, além de ferir a legislação e a jurisprudência, sic, a lista não contempla todos os nomes de servidores grevistas e possui erros grosseiros, como nome de colegas aposentados e em licenças ou férias. Esse fato sugere amadorismo e demonstra a incompreensão acerca do momento em que vivemos na instituição.

Ainda que atitudes de intimidação, como essa, fossem esperadas, haja vista o modelo equivocado de gestão em funcionamento, o SINDITAMARATY registra o seu profundo desagravo com a administração do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Primeiramente porque o assunto não foi abordado durante as reuniões e se quer avisado com a antecedência necessária. Além disso, a atitude foi tomada justamente em um momento que se estabelecia o diálogo aparentemente franco e sincero entre o secretário-geral das Relações Exteriores e a diretoria do sindicato. Resta comprovado que ainda há muito que se avançar nas relações de trabalho no Itamaraty. É absolutamente frustrante perceber que a aparente abertura, sinceridade e na construção do diálogo com a cúpula não representaram a garantia de avanço concreto, ao contrário, o que se testemunhou com essa atitude foi a manutenção das práticas de intimidação e controle.

O SINDITAMARATY comunica que nossos advogados impetrarão os remédios jurídicos necessários para proteger o direito constitucional dos servidores em greve. Em um Estado Democrático de Direito é imperioso que empregadores negociem de que forma os dias parados devem ser compensados, antes de insistir em atitudes que ameacem o desconto ou efetivamente descontem os dias parados.

Por fim, dadas às circunstâncias que nortearam a publicação, sem aviso e no calar da noite, o SINDITAMARATY interpreta essa atitude como uma tentativa injustificável de intimidar e desmobilizar os servidores do Itamaraty, o que nos demonstra: o quão relevante e necessário é o nosso movimento, o quão importante é a adesão de cada servidor e o quanto temos que continuar a avançar em nossa pauta que visa a modernização do MRE, tanto no que tange às práticas de gestão administrativa e de pessoas quanto na mudança da cultura institucional, alimentada por mentes ainda presas acriticamente ao passado.

Nossa luta continua!