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CPADIS se consolida no enfrentamento ao assédio no Itamaraty

Reportagem Especial | 10 de novembro de 2021

Autor: Erika Braz

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Há quatro anos, o Sinditamaraty pautou os prejuízos das práticas assediadoras para a saúde dos servidores e, consequentemente, para o desempenho de cada. Um ambiente de trabalho sem qualquer tipo de assédio é direito constitucional. Por isso, por meio de uma parceria com o Ministério Público do Trabalho, o Sindicato conseguiu com que o Ministério das Relações Exteriores (MRE) instituísse a Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, Sexual e da Discriminação no Ambiente de Trabalho (CPADIS).

Um balanço dos quatro anos de atuação da Comissão e o que se pretende fazer nos próximos anos foram pauta de um evento on-line promovido pelo Setor de Assistência Médica do MRE (SAMS), em parceria com o Sinditamaraty, nesta terça-feira (10). 

A coordenadora da CPADIS, a Inspetora-Geral do Serviço Exterior, Rosimar da Silva Suzano, ressaltou que a Comissão já conseguiu uma mudança cultural no Itamaraty. “A CPADIS é uma forma de assegurar o direito constitucional de saúde e segurança no trabalho. E houve a consciência de que tratando o assédio, você está melhorando os serviços que o órgão presta à sociedade em geral também”.

Ela explicou que ao receber uma denúncia de assédio, a Comissão tem o papel de conversar com as partes envolvidas, usando o diálogo como a principal ferramenta para diluir o problema e promover uma reconciliação. “Tudo converge para uma política que está sendo estimulada pelo Ministério da Economia, que é a preocupação com o ambiente laboral”, pontuou a embaixadora.

Durante o evento, a coordenadora da Comissão exaltou o trabalho do Sinditamaraty. “Foi graças ao Sindicato que o MRE recebeu as recomendações do Ministério Público do Trabalho de criar um mecanismo para canalizar as denúncias. Interessante ver como as coisas caminharam rápido. E que a formação da Comissão foi pensada pelo bem dos servidores”, enfatizou.

CPADIS: conquista do Sindy
O Sinditamaraty foi representado no evento pelo presidente João Marcelo Melo. Ele agradeceu a participação de vários colegas que acompanharam este balanço de atuação da CPADIS e salientou a importância da Comissão continuar evoluindo. “Que este trabalho tenha continuidade. Ainda existem obstáculos pela questão hierárquica instalada dentro do Itamaraty. Este é um trabalho continuado, um trabalho para o futuro. Os passos iniciados já foram dados”, lembrou aos presentes.

João Marcelo cedeu o tempo de fala do Sindicato ao colega Ernando Neves, que era o presidente da entidade em 2017, quando a Comissão foi criada. Ernando lembrou que a CPADIS é o desdobramento do que foi a criação do Sindicato para o Itamaraty. “O trabalho no exterior acaba resultando em isolamento e na tendência de assediar ou ser assediado. A gente precisa educar o assediador. Esse é o salto que precisamos dar. Enfatizar a educação do potencial assediador para conseguirmos cortar o mal pela raiz. Já avançamos muito e vamos avançar ainda mais”, avaliou. 

Enfrentar o assédio
Convidada para uma troca de conhecimentos, Eliane Araque, subprocuradora do Ministério Público do Trabalho, advertiu que o tema assédio precisa ser debatido sem cessar. “Não podemos ter receio ou constrangimento. Quando a gente abre para o diálogo, a gente previne o assédio. As relações se modificam no dia a dia”. 

Para ela, o assédio nunca será uma questão individual. “Ela sempre vai ser coletiva, porque repercute no ambiente de trabalho, com os demais colegas.  Existe um adoecimento ético com as práticas de assédio”, disse a subprocuradora que também é presidente da Comissão de Prevenção ao Assédio e à Discriminação do Ministério Público do Trabalho.

O encontro virtual em comemoração aos quatro anos da CPADIS contou ainda com a Cristiane Afonso Balieiro, membro e secretária da Comissão de Prevenção ao Assédio e à Discriminação do TRF1, que tem apenas um ano de criação. Além dela, esteve presente o advogado especialista em mediação e arbitragem Asdrúbal Júnior.

Intervenção positiva
Para encerrar o evento, a embaixadora Rosimar Suzano destacou que a Comissão não tem o papel de punir o assediador, mas, sim, de monitorar os casos e garantir a integridade e a saúde dos servidores assediados. Segundo ela, desde a criação, as práticas de assédio e discriminação no MRE foram minimizadas. 

“Em resumo, os quatro anos de atuação da CPADIS são positivos, mostra o feedback dos próprios servidores. A Comissão veio preencher uma lacuna e presta uma contribuição para a melhoria da qualidade de vida no trabalho, onde passamos boa parte do nosso tempo. Que continuemos a intervir do jeito certo”. 

Perdeu o evento? Você pode assistir à gravação que ficou à disposição de todos os interessados na página do SAMS na intratec. Confira!



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