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CPADIS completa quatro anos de combate ao assédio no Itamaraty

Saúde | 08 de novembro de 2021

Autor: Erika Braz

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Por ouvir recorrentes relatos de servidores e observar de perto o ambiente de trabalho, desde sua criação, em 2009, o Sinditamaraty percebeu que era preciso combater as diferentes formas de assédio no âmbito no Ministério das Relações Exteriores (MRE). O esforço da entidade sobre o tema, juntamente com o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), resultou na instituição da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, Sexual e da Discriminação no Ambiente de Trabalho (CPADIS), que completa quatro anos neste 10 de novembro.

A CPADIS foi criada logo após a divulgação de um estudo elaborado pelo Sinditamaraty em parceria com a Universidade de Brasília (UnB). A pesquisa “Riscos Psicossociais do Trabalho no Itamaraty", feita em 2017, mostrou que mais de 80% dos servidores do MRE haviam testemunhado casos de assédio nos cinco anos anteriores ao estudo. E, ainda, que esses casos eram práticas personalistas, de gestão autoritária e patrimonialista, marcados pela falta de participação coletiva em processos decisórios no ambiente de trabalho. 

Para se ter noção da gravidade do assédio, esse tipo de agressão causa prejuízos à saúde física e mental de suas vítimas. Tais situações resultam em doenças psicossomáticas, como, por exemplo, hipertensão, obesidade, alergias e também transtornos psíquicos, entre eles depressão e fobia, vinculados ao estresse e à permanência desse sofrimento patogênico.

Canal de apoio
O combate ao assédio no Itamaraty começou a ser intensificado na gestão 2016/2018, com a então presidente Suellen Paz. Foi nesse período que o Sinditamaraty encomendou a pesquisa à UnB e elaborou a cartilha “Juntos Contra o Assédio Moral”, no sentido de orientar os servidores sobre o que configura o assédio e o que fazer em caso de serem vítimas dessa prática. 

"O Sindicato teve a iniciativa pioneira de mapear os riscos psicossociais relacionados ao trabalho no Itamaraty. A partir da pesquisa foi possível colher informações sobre as formas de assédio e orientar os servidores sobre como enfrentar e combater esse mal. Apostamos na CPADIS como um espaço para assegurarmos nossos direitos. Contudo, é uma iniciativa que ainda carece de melhoramentos. Buscamos constantemente ferramentas que assegurem um ambiente de trabalho saudável, pautado na dignidade e respeito às pessoas", detalhou Suellen Paz.

Logo após esse trabalho, um dos resultados foi justamente a instituição da Comissão, que ocorreu na gestão 2017/2019, com então presidente Ernando Neves. “A CPADIS é um importante atalho de comunicação entre o servidor que se encontra em situação funcional vulnerável e a Administração; criou-se ali um fórum de resolução de conflitos cujo potencial não deve ser desprezado. Sua composição e seu estatuto serviram de modelo para formação de comissões em outros órgãos”, destacou.

Desde sua criação, a Comissão tem como integrante um representante do Sinditamaraty. Atualmente, o presidente do Sindicato, João Marcelo Melo, ocupa a vaga. A suplência é do secretário-Geral do Conselho de Gestão Estratégico (CGE) da entidade, Alexey van der Broocke. 

João Marcelo Melo enfatiza a importância histórica da criação da CPADIS: “Além de ser um espaço forte, por contar com as entidades representativas dos servidores em sua composição, a CPADIS, só por existir, já serve como um instrumento que ajuda, inclusive, a prevenir abusos e assédios dentro do ministério”. 

Troca de experiências
Em comemoração aos quatro anos da Comissão, o Sinditamaraty e o Setor de Assistência Médica do MRE (SAMS) convida a todos os servidores um encontro on-line, cujo objetivo é a troca de experiências entre comissões de prevenção ao assédio de diferentes órgãos, além do MRE. 

O evento será na próxima quarta-feira, 10 de novembro, das 11h30 às 13h, por meio da plataforma Zoom. Os interessados em participar devem solicitar o link de acesso, pelo e-mail: [email protected].

Assista o Webinar - Assédio sexual, moral e discriminação no Itamaraty

Informe-se mais sobre o assunto, acesse a cartilha Juntos Contra o Assédio Moral

 


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