Assediômetro: quase mil casos de assédio contra servidores foram registrados em um ano

Autor: Erika Braz

Novecentas e cinquenta e cinco ocorrências de assédio no funcionalismo público foram registradas durante o primeiro ano do Assediômetro*. O portal, criado pela Articulação Nacional de Carreiras Públicas (Arca) e a Associação dos Funcionários do Ipea (Afipea), tem o objetivo de compilar e divulgar os casos contra os servidores públicos brasileiros.
 
Segundo o levantamento de ocorrências, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) ocupa a 12ª posição no ranking de órgãos assediadores, com quatro registros nesse período. Nos primeiros lugares dessa lista estão o Ministério da Defesa, com 33 ocorrências; a Fundação Nacional do Índio (Funai), com 19 casos; e o Ministério da Saúde, com 13 registros.
 
Nas situações em que as ocorrências de assédio não são direcionadas por órgãos específicos, os servidores públicos são o objeto do assédio em 62 casos – primeiro lugar nesse ranking. Já na lista de temas assediados estão a saúde pública e a democracia.
 
Situações de assédio institucional
O Assediômetro computa os casos com base em uma busca ativa de situações de assédio institucional divulgadas pela imprensa, mídias sociais e por entidades que representam os servidores. O site também conta com um espaço para denúncias anônimas.
 
O objetivo da plataforma, de acordo com a página, é “demonstrar a amplitude de um conjunto de discursos, falas e posicionamentos públicos, bem como imposições normativas e práticas administrativas, realizado ou emanado (direta ou indiretamente) por dirigentes e gestores públicos localizados em posições hierárquicas superiores, e que implica em recorrentes ameaças, cerceamentos, constrangimentos, desautorizações, desqualificações e deslegitimações acerca de determinadas organizações públicas e suas missões institucionais e funções precípuas”.
 
Assédio no MRE
O Sinditamaraty é parceiro na luta contra o assédio. Desde a sua criação, há quase 12 anos, a entidade vem trabalhando o tema como uma das pautas prioritárias. O combate às práticas de assédio, por parte do Sindicato, impulsionou a criação da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, Sexual e da Discriminação (Cpadis) no MRE. Na Comissão, o Sindicato é representado pelo presidente João Marcelo Melo e pelo secretário-geral do Conselho de Gestão Estratégica (CGE), Alexey van der Boocke.
 
Em 2020, a Cpadis atendeu 14 casos entre denúncias, pedidos de orientação e outras questões relacionadas ao assédio. Do total de mensagens encaminhadas à Comissão no ano passado, cinco foram resolvidas por meio de conciliação, quatro foram tratadas em outras instâncias, uma foi resolvida internamente e uma ainda está pendente devido à indisponibilidade temporária da interessada. Três casos foram considerados fora do escopo de atuação da Cpadis e os interessados foram orientados a buscar outros canais.

Atenção: Em caso de assédio, denuncie!
Procure a Cpadis para registrar o caso ou o atendimento do Sinditamaraty. O e-mail é [email protected].
 
*Esses casos foram registrados até 18 de agosto de 2021 no site da iniciativa.

 
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