A conta não fecha: entenda o desequilíbrio entre a quantidade de servidores do MRE e de repartições diplomáticas
Servidor | 16 de dezembro de 2022Autor: Luana Lima
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Brasil possui 191 repartições espalhadas pelo mundo atualmente. Esses importantes mecanismos, que vão desde embaixadas até consulados-gerais, consulados e vice-consulados, zelam pela comunidade brasileira no exterior e pelas relações diplomáticas com os outros países. O problema é que, com o cenário fragilizado e escasso do quadro de servidores do Itamaraty, essa prática pode ser comprometida.
O MRE conta com, aproximadamente, 3.000 servidores ativos, locados no Brasil e no exterior: um volume baixo de profissionais atuantes, ainda mais quando se considera a quantidade de servidores cedidos a outros órgãos; prestes a aposentar; ou em licença. Dessa forma, as recentes inaugurações de postos, bem como a perspectiva de reabrir outros no próximo governo, são extremamente alarmantes caso não sejam acompanhadas do devido ingresso de novos servidores, e da regulamentação de vagas já aprovadas. Para ler mais sobre essa questão, acesse: https://bit.ly/3PzQEJB e https://bit.ly/3V5zLrA.
Presença do Itamaraty no exterior
Até agosto de 2021, o Itamaraty contava com 132 embaixadas, 70 repartições consulares, 11 missões e delegações, além de 3 escritórios no exterior, como mostra o levantamento feito pela Coordenação-Geral de Gestão e Governança (CGG/MRE). O estudo também constata que o Ministério das Relações Exteriores do Brasil mantém relações diplomáticas com todos os países participantes da ONU.
Apesar do lugar com mais habitantes brasileiros ser a América do Norte, representando 46,1% de toda comunidade brasileira no exterior, a Europa é onde há maior quantidade de postos do Brasil. O Oriente Médio e a Ásia Central, por outro lado, são os locais com menor presença consular brasileira.
A definição de quais países vão receber maior ou menor representatividade diplomática varia conforme o interesse e a visão da administração do MRE. Os postos, portanto, são classificados entre as categorias “A, B, C e D”, sendo os de maior “grau de representatividade” os do grupo A, e os de menor, do grupo D.
A classificação leva em conta alguns critérios como qualidade de vida do local; acesso à infraestrutura, saúde e lazer; e estar fora de zonas de conflito. Como exemplos de postos A, é possível citar Londres, Paris, Roma e Washington. Enquanto alguns dos postos D são Bagdá, Caracas, Pyongyang e Freetown.
Essa matéria faz parte da campanha “Servidores – sem eles, a estrutura fica comprometida”.