SINDITAMARATY apresenta o resultado da pesquisa “Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho no Itamaraty”
Geral | 10 de março de 2017Autor: Sinditamaraty
Em evento realizado ontem, 9 de março, os resultados da pesquisa “Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho no Itamaraty” foram apresentados pela professora Ana Magnólia Mendes, doutora em Psicodinâmica do Trabalho e coordenadora do Laboratório de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho da Universidade de Brasília (UnB), para servidores do MRE e convidados, tais como, representantes do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e da Administração do Ministério, além de representantes de parlamentares e das associações de servidores.
Os principais riscos diagnosticados, aos quais estão submetidos todos os servidores, são: a indefinição de cargos e tarefas entre AC, OC, PCC/PGPE; a pessoalidade na gestão de pessoas e regras; o estilo gerencialista (altamente hierárquico); a distância entre chefia e subordinados; a cisão entre as carreiras; a (des) organização do trabalho como campo fértil para o assédio moral e a falta de perspectiva de crescimento na organização.
Para a Direção do SINDITAMARATY, a pesquisa possibilita avaliar as condições de trabalho e situações de adoecimento dos servidores da instituição. “Esse resultado é um instrumento técnico e científico que permite melhor orientar as ações do sindicato, especialmente quanto aos principais riscos diagnosticados pelo estudo, que impactam os servidores de todas as carreiras do Itamaraty. Este estudo demonstra com muita precisão que todas as carreiras precisam se unir na busca de construir coletivamente soluções que nos permitam minimizar os riscos”, afirma a presidente Suellen Paz.
O estudo apresentou, ainda, recomendações gerais preliminares dentre as quais destacamos: a redefinição das atribuições das carreiras, a integração de todos os servidores nas discussões dos destinos da instituição e a criação de estratégias para prevenir e combater os atos negativos e o assédio moral. Sobre esta última, este Sindicato entende que as estratégias devem necessariamente englobar dois aspectos: o educativo e o punitivo.
Conforme constatado pela pesquisa, o assédio moral é algo presente no Itamaraty e, assim, a sua erradicação depende não só de políticas internas que visem o combate dos atos negativos, mas também da efetiva responsabilização do assediador sempre que provada culpa em procedimento disciplinar, isto é, há necessidade de se garantir que a prática do assédio terá consequências. Em um órgão no qual as relações são marcadas por um forte traço de pessoalidade, conforme demonstrado no estudo, seria desejável que a função de apuração fosse realizada por autoridades externas, a exemplo da Controladoria Geral da União, para que as atividades disciplinares fossem conduzidas com a necessária técnica e imparcialidade de modo a evitar, por exemplo, a ocorrência de prescrição.